Dificuldades na aprovação de projetos? Você pode estar usando a linguagem errada...

Como profissionais de Supply Chain somos frequentemente convidados a eventos onde seria possível demonstrar nosso valor aos executivos de outras funções, onde ficamos expostos à necessidade de conquistar sua confiança.

Treinamos nossas equipes a pensar estrategicamente, usar a inteligência emocional e prestar atenção às diferenças culturais, mas ainda deixamos escapar grandes oportunidades, mesmo sendo responsáveis por mais de 50% dos custos das organizações, com impacto significativo nos resultados e grandes contribuições para o crescimento das receitas.

Qual a nossa parcela de culpa nessa situação?

Discorremos longamente sobre valor agregado, controle de custos, inovação e nossas contribuições para o crescimento, mas como estamos comunicando nosso desempenho e sucessos ao restante da organização?

Lidamos simultaneamente com vários projetos importantes, controlando regularmente seu andamento. Temos forte acompanhamento dos custos totais, ajustando nossas estratégias a variações de volume e outros fatores de mercado.

Monitoramos o crescimento de volumes, mitigando suas consequências no que diz respeito à capacidade de nossos fornecedores e demandas associadas à inovação e desenvolvimento de produtos.

Pesquisamos a satisfação de clientes internos para definir prioridades de desenvolvimento e avaliamos a percepção de fornecedores para entender se estamos interagindo de forma eficaz.

Enfim, levantamos um sem número de métricas para medir nosso desempenho, oportunidades de melhoria e determinar a melhor forma de aplicar recursos. E essas métricas precisam ser compartilhadas com a organização para que executivos de outras funções possam ajudar-nos a alinhar nossos esforços com os objetivos da empresa.

Mas.... as métricas acima arroladas não são o que de fato precisamos comunicar internamente.

Para a equipe executiva, dados de tendência fazem mais sentido - evolução do custo em comparação ao mercado, geração de valor, produtividade, contribuição para o lucro, evolução dos níveis de serviço a clientes. Tais métricas permitem que a empresa aproveite oportunidades de futuro, em vez de estudar nossa história.

A análise de movimentos de mercado em relação ao mix de produtos e expectativas de tendência dos custos de diferentes insumos em função de fatores externos são valiosas como suporte à tornada de decisões relativas à gestão da lucratividade. Reportes de inflação interna e seus principais influenciadores podem trazer argumentos preciosos em negociações com clientes.

Embora o fundamental sejam as tendências de geração de valor, a evolução de produtividade resultante dos esforços de Supply Chain ajuda a demonstrar a geração de lucro proveniente dos investimentos na disciplina.

Não interessa o que você diz, mas como você diz!

A fonte de dados para métricas internas de Supply Chain, bem como as de nível executivo, deve ser a mesma. Mas a forma como são expressas deve ser adequada ás respectivas audiências.

Reportando as métricas corretas, da forma certa contribuímos para assegurar um lugar de destaque ao Supply Chain na tomada de decisões estratégicas.

Para que sejamos reconhecidos como contribuintes relevantes para o sucesso dos negócios é preciso apresentar a função pela perspectiva dos tomadores de decisão. Só assim a relevância de Supply Chain se tornará clara.